CRACOLÂNDIA
A terra do vício
A doença
“Por trás de um dependente químico, sempre há diversos outros problemas, seja uma depressão, esquizofrenia, bipolaridade ou qualquer outra doença psíquica”, explica o psiquiatra com foco em dependência química Renato Rossi, que é coordenador do CAPSAD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III) de Diadema.
De acordo com o Renato, para que um tratamento
de dependência química seja realizado
com sucesso, é primordial tratar primeiro
o motivo que levou aquela pessoa a procurar
pela droga. Ele afirma que é muito comum
receber pacientes que tiveram depressão
e, por conta disso, iniciaram o uso do álcool,
que acabou levando para drogas ilícitas, como a
cocaína e o crack.
“Se a gente não tratar essa depressão da pessoa, dificilmente ela irá conseguir sair das drogas”, afirma.
Renato explica que existem vários padrões de uso de substância: o uso experimental, que é quando a pessoa usou a droga apenas uma vez; o recreativo, que é quando uma pessoa faz usos periódicos de algum tipo de droga, mas não possui necessidade de uso contínuo e, tampouco, tem sua vida prejudicada; e o uso abusivo ou nocivo, que traz consequências para o usuário, como quando, por exemplo, ele usa perde o dia de trabalho por utilizar determinada substância.
Por fim, há também a dependência, que é quando a pessoa não tem mais controle sobre o uso da substância. Nesse momento, ela passa a ser considerada doente.
Para os ex dependentes químicos entrevistados, mesmo com várias opções de tratamento, é preciso muita força de vontade para deixar o mundo das drogas e recomeçar a vida.
Vivendo um dia após o outro, eles ainda lutam para se manter livres e limpos. A liberdade e a realização dos sonhos, deixados e esquecidos durante a vida nas drogas, são hoje objetivos a serem conquistados por esses ex dependentes.